quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Some News from Milwaukee by Les Paul and El Tigre. Pure Warm Blues in a cold winter. Quem será a diva que conduzem pelo Nor-Noroeste americano?



Aproximadamente a 125 quilômetros de Chicago (73 milhas), Milwaukee esconde segredos aos olhos menos treinados e aos viajantes desavisados. Depois de uma temporada vagando de bar em bar em Chicago e com o ouvido entupido do melhor Blues da América - isso mesmo, incauto leitor, o melhor blues da América não está no delta do Mississípi, El Tigre (mi perro louco) finalmente chega na fronteira nor-noroeste dos EUA com o Canada. Ainda faz muito frio, e hoje os termômetros bateram na casa dos -8 graus centígrados, desconsiderados os ventos que sopram rajadas atordoantes neste canto do planeta. Ouvimos (ele me arrumou um trampo de segundo motorista/segurança à diva que queria percorrer esse retalho dos EUA. De carro e incógnita, o que me impede por contrato de contar quem é a bela e sua mucama...). 
Como dizia, ouvimos do tradicional ao mais eclético e menos ortodoxo blues da Terra. Ótimas casas espalhadas por toda Chicago desvelam em seus pequenos palcos, todos emoldurados por uma indefectível cortina escarlate ou roxa, feitas de um veludo pesado pelo fumo saturado de seus salões, geniais guitar players e músicos, em geral, da melhor qualidade. Gente que sabe que não atravessará o portal da fama, e resignada, queima as digitais nas seis cordas de sua guitarra noite após noite. Night after Night.

De regra, o que mais se vê são Fenders de todos os tipos e gostos: stratocasters, telecaster e jazzmaster, jaguar e mustang. As pawn shops são um sucesso pra quem não se grila em comprar objetos nas casas de penhor. Sax, clarinetes e gaitas, beijados por virtuoses desconhecidas; guitarras e violões dobro arpejados por dedos e mãos calejadas, dedos amarelados do fumo e lábios feridos pela heroína. Rádios velhos, vitrolas e um cara de alma seca atrás do balcão, causticamente esperando o desespero agarrar-se às bordas do velho balcão ensebado. 
Já viu de tudo. Já pagou quase nada por preciosidades inestimáveis e, sem remorso, faz uma banana e larga um abafado phloda-se logo que o 'cliente' vira as costas deixando seu instrumento por um punhado mixuruca de bucks. Mas, falta grana pra mamadeira do pequeno rebento que chora, falta grana para injetar-se em mais um picolé de origem duvidosa, falta grana pro aluguel, pro cafetão, pra cafetina, pro gigolô e pro senhorio do mafuá em que se aboleta com mulher, filhos, sogra... But, the show must go on... e deixamos Chicago (breve um post exclusivo sobre as casas de blues da Cidade dos Ventos) pela US-41 N-Skokie Hwy em direção a Milwaukee... (to be continued)





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