segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Deu no JOSIAS que vai rolar mais grana estilo PROER - PanAmericano: CEF retoma análise sobre novo aporte


A diretoria da Caixa Econômica Federal retoma nesta segunda (31), a análise sobre o novo aporte de recursos públicos no banco PanAmericano.

Conforme noticiado aqui, na sexta-feira (28), a Caixa analisa a hipótese de empurrar para dentro do balanço da ex-casa bancaria de Silvio Santos mais R$ 340 milhões.

O PanAmericano pede mais de R$ 600 milhões. A diferença seria provida pelo BTG Pactual, que entrou na sociedade em janeiro, ao comprar a parte do dono do Baú.

Travado longe dos holofotes, o debate tornou-se uma corrida contra o relógio. O PanAmericano terá de apresentar seus resultados agora, no início de novembro.

Sem as novas injeçõe$, pode vir à luz um patrimônio líquido precário, abaixo dos patamares mínimos exigidos pelo Banco Central.

A encrenca ressurge num instante em que a Polícia Federal abre na investigação sobre o rombo do PanAmericano uma picada política.

Em artigo levado à página 2 da Folha, o repórter Melchiades Filho provê um bom resumo sobre os novos rumos do inquérito policial.

O título é sugestivo: “O Outo do Pan”. A leitura, instrutiva. Vai abaixo o texto de Melchiades:


Se a queda em série de ministros acusados de corrupção já provoca uma autocrítica sobre o arranjo partidário herdado por Dilma Rousseff, imagine o que acontecerá se esclarecidas as fraudes e a matriz política do socorro ao banco PanAmericano, o episódio mais nebuloso do ocaso da era Lula.

Ninguém do governo, atual ou anterior, explicou de modo convincente por que, no final de 2009, o Planalto autorizou a injeção de R$ 740 milhões de dinheiro público num banco para lá de encrencado.

A rigor, ninguém nem tentou explicar, na expectativa de que o silêncio ajudasse a circunscrever o caso às áreas técnicas da Caixa Econômica Federal, de onde partiram os recursos, e do Banco Central.

O roteiro mudou, porém, após a Folha publicar o conteúdo de e-mails interceptados pela polícia ao apurar o rombo de R$ 4,3 bilhões.

Os diálogos confirmaram o imaginado: os executivos inflavam balanços financeiros e maquiavam dados de clientes, com o objetivo de engabelar a fiscalização.

Mas os e-mails produziram uma extraordinária revelação: o banco serviu de base a um esquema de desvio de dinheiro para políticos.

Nas mensagens, diretores festejam ‘a ajuda dos amigos’ do governo Lula -uma teia de influência que ‘deixou boquiaberto’ Silvio Santos, o dono do PanAmericano.

Mencionam, entre outros, Guido Mantega (Fazenda) e os ex-ministros Luiz Gushiken e Antonio Palocci. Discutem o acesso a fundos de pensão, doações a partidos e a pressão para empregar gente do Planalto.

Ao menos R$ 100 milhões evaporaram -para o bolso dos executivos e para o caixa dois eleitoral.

Diante do noticiado, a polícia não teve opção senão a de abrir inquéritos específicos. O potencial de dano é similar ao da Castelo de Areia, investigação que aterrorizou palácios e empresas até ser convenientemente engavetada pelo Judiciário.

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Escrito por Josias de Souza às 06h34

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