quarta-feira, 24 de agosto de 2011

DO MESMO SACO - Nunca houve faxina, nem eficiência administrativa e nem tampouco política externa diferentes da praticada por Lulla

A constatação vem facilitada, passado o embevecimento que assomou colegas da imprensa com a limpeza que ora se assanhava no Planalto. No manuseio da vassoura, a presidente Dilma Rousseff. Esqueceram-se todos esses mesmos analistas que antes haviam carimbado - com apenas 30 dias passados da posse, alguns com mera semana e meia - um novo perfil de governo, gestor, ágil e empreendedor sob a batuta da eficiência 'gestora' da presidente Dilma e percebem hoje quase tudo parado. Os mesmos que também viam mudanças na política externa com a saída do megalonanico Celso Amorim (trazido de volta ao Planalto) e ora percebem o silencio do Governo brasileiro quando o assunto refere-se a Líbia, a Síria, Battistis ou `a violação aos direitos humanos em alguma ditadura que lhe pareça sensivel ideologicamente. Esqueceram-se, como dito, que nenhum dos problemas emergiram da Oposição (que não existe - Demo, PSDB e a maioria foram quando governo no passado, o PT da ultima década, encastelado no poder central). Esqueceram-se, ainda, que a ' faxina' não foi fruto de investigação ou controle do Executivo contra a corrupção. O Governo andou a reboque dos jornais e revistas, sem empenho nenhum em defenestrar o cancro moral herdado da era Lulla. Dilma, mae do PAC e ministra da Casa Civil de Lulla fica entre a cruz e a calderinha: faxina se faz aonde tem sujeira e lixo, e o lixo foi deixado pelo 'painho' politico que a criou e sob seu nariz. As vísceras do Executivo, emprenhadas pela inexistência de senso ético são objeto de paliativas intervenções, todas feitas com precisão cirúrgica, no limite da necessidade medida pela repercussão. E apenas quando inevitáveis. Na saída do jantar de ontem com o PMDB, um apropriado transporte seria uma frota de caminhões da COMLURB.


Rodeada de PMDB, Dilma exclama: ‘Me sinto em casa’

Sérgio Lima/Folha
A presença da vice-primeira-dama Marcela Temer era um prenúncio de que a noite seria de confraternização social, não de articulação política.

Os convidados começaram a chegar ao Palácio do Jaburu às 20h15. O carro que levava Dilma Rousseff cruzou o portão da residência oficial de Michel Temer perto das 20h30.

Juntaram-se no salão principal mais de uma centena de pessoas. Excetuando-se meia dúzia de petistas, todos os demais eram congressistas e ministros do PMDB.

O convite previa que seria servido um jantar. Antes, serviu-se um par de discursos. Primeiro falou o anfitrião. Depois, a convidada de honra. Pronunciamentos ligeiros.

Temer realçou a natureza do encontro: “Uma homenagem do PMDB à presidenta Dilma.” O primeiro encontro do gênero desde a posse, em janeiro.

Embora ciente de que seu partido encontra-se trincado no Senado e na Câmara, Temer escorou-se no número de presentes para exaltar a “unidade” do PMDB.

Ao agradecer, vendo-se cercada de pemedebês por todos os lados, a petista Dilma exclamou: “Ao lado do PMDB, eu me sinto em casa!” Arrancou palmas da audiência.

Elogiou a fidalguia de Marcela. Referiu-se a Temer como “meu vice.” Recobriu José Sarney de afagos. Na pessoa do presidente do Senado, saudou a “todos.”

Disse que PMDB e PT constituem os “pilares” que asseguram a “estabilidade” da aliança governista.

Vaticinou: “Vamos entregar em 2014 um país ainda melhor do que recebemos.” Expressou-se assim, no plural. Ouviram-se novos aplausos.

Encerrou a intervenção com um chiste à Lula: “Nós viemos aqui pra beber, não pra conversar.” E pôs-se a circular entre os convivas.

Os garçons do Jaburu serviram vinho tinto, água e refrigerantes. Destoando da maioria, Dilma encomendou guaraná. “Guaraná diet”, ela enfatizou.

A presidente que desfilou pelo mármore do Jaburu não se parecia com a Dilma dos rompantes, com fama de durona. Era como se estivesse, de fato, “em casa.”

Ao cruzar com Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara, Dilma brincou: “O Henrique não tem o direito de me pedir mais nada. Ganhou um aeroporto.”

Referia-se ao aeroporto potiguar de São Gonçalo do Amarante. Levado ao martelo em leilão da véspera, tornou-se o primeiro terminal do país a atrair investidores privados.

Dilma deu de cara com o ministro Pedro Novais (Turismo), que, horas antes, havia enfrentado uma inquirição no Senado sobre os malfeitos que vicejam em sua pasta.

São problemas “do passado”, dissera Novais aos senadores, apontando para o legado da gestão Lula.

Despida do figurino de “faxineira” que a fez colecionar quatro ex-ministros, Dilma sorriu para Novais. Apertou-lhe a mão.

Falou-se de tudo no encontro do Jaburu, menos de crise. Servido o jantar, os convidados de Temer foram intercambiar amenidades em várias mesas.

Na principal, além dos anfitriões e de Dilma, acomodaram-se: Sarney; o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS)...

...Os líderes Henrique Alves, Renan Calheiros e Cândido Vaccarezza (PT-SP), o presidente interino do PMDB, Valdir Raupp...

...E dois ministros do PT: José Eduardo Cardoso (Jutiça) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), que compareceu seu o marido, o também ministro Paulo Bernardo (Comunicações).

Como que decidido a deixar Dilma à vontade, Temer convidou os ministros petistas com sala no Planalto.

Além de Gleisi, sentados noutras mesas, estavam Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidencia) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

Os senadores Pedro Simon (RS), Roberto Requião (PR) e Jarbas Vasconcelos (PE) não deram as caras. Requião explicou a ausência num telefonema a Temer. Simon, nem isso.

Quanto a Jarbas, ninguém esperava que aparecesse. Ainda mais porque dispunha de um álibi. Festejava seu aniversário. Temer ligou para dar-lhe os parabéns.

No rol dos deputados, fizeram-se representar no Jaburu todos os subgrupos do PMDB. Inclusive a ala que votou no tucano José Serra em 2010.

Lá estavam os ex-serristas gaúchos Osmar Terra, Darcísio Perondi e o suplente Eliseu Padilha, devolvido à Câmara após a transferência de Mendes Ribeiro para a Agricultura.

Mais variado do que o elenco reunido ao redor de Dilma, só o cardápio provido pela cozinha do Jaburu.

Foi um repasto para todos os gostos. Havia salada, peixe (anchovas), carne (filé mignon), arroz (risoto) e massa (rondelli).

Após uma hora e meia de convívio, que incluiu um périplo pelas mesas, fotografias e muito lero-lero, Dilma despediu-se por volta das 22h45.

Deixou atrás de si um rastro de gentilezas que tonificou a sensação de que decidiu seguir os conselhos de Lula, achegando-se de vez ao PMDB.

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Escrito por Josias de Souza às 03h53

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