segunda-feira, 14 de março de 2011

"Academia" roqueira faz festa para os eleitos de 2011 Alice Cooper é o principal nome entre escolhidos para entrar no Rock and Roll Hall of Fame

"Academia" roqueira faz festa para receber os eleitos de 2011

Alice Cooper é o principal nome entre escolhidos para entrar no Rock and Roll Hall of Fame

Cerimônia amanhã em Nova York comemora os 25 anos da premiação e tem tradição de shows com duetos de astros

THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO

Há tempos o rock deixou de ser sinônimo de rebeldia. Quem ainda duvida disso vai sofrer mais um duro golpe amanhã, na festa do Rock and Roll Hall of Fame.
Criado em 1983, o "salão da fama" tenta conservar a memória do rock e usa dois instrumentos para isso: um museu, inaugurado em 1995 em Cleveland, Ohio (EUA), e a premiação anual que desde 1986 insere nomes na galeria.
A lista inaugural foi acima do inquestionável: James Brown, Elvis Presley, Chuck Berry, Fats Domino, Little Richard, Jerry Lee Lewis, Ray Charles, Buddy Holly, Sam Cooke e Everly Brothers.
A safra 2011 nem chega perto. Inclui Alice Cooper, Tom Waits, Dr. John, Darlene Love e Neil Diamond.
Depois de 25 anos e 173 artistas e bandas eleitos, alguns podem dizer que fica mais difícil encontrar nomes significativos para a lista.
No entanto, entre os ainda "esquecidos" há pilares do rock e do pop. Exemplos: Lou Reed, Kiss, Carole King, Cat Stevens, Rush, Carly Simon e Yes (e praticamente todo o rock progressivo).
Conselheiros do Hall of Fame (que incluem artistas e empresários ligados à música) selecionam apenas quem lançou seu primeiro disco há pelo menos 25 anos.
Por esse quesito, Alice Cooper, 63, entra tarde. Ele gravou o primeiro álbum em 1969, mas só alcançou o sucesso dois anos depois, com o terceiro, "Love It to Death", que trouxe o hit "Eighteen".
Vincent Furnier é seu verdadeiro nome. Na verdade, a ideia original era que Alice Cooper fosse o nome da banda, mas sua figura se destacava tanto que o público passou a associar o nome a ele.
Com shows que traziam bonecos decapitados em guilhotinas, sangue de mentira voando longe e o vocalista enrolado numa cobra viva, Alice Cooper chegou ao auge em 1973, lançando o disco mais vendido daquele ano ("Billion Dollar Babies").
Entre os outros laureados menos famosos de amanhã, Tom Waits tem a carreira mais consistente. Aos 61 anos, lançou 20 álbuns com sua voz rouca de uísque e cigarros. Mistura rock com cabaré, uma coisa "cool".
Neil Diamond, 70, teve sucesso mundial entre os anos 1960 e 1980. Em 2008, foi resgatado pelo público jovem, apresentando-se no Festival de Glastonbury (Inglaterra).
Darlene Love, 72, foi grande na década de 1960, com discos produzidos pelo mago da época, Phil Spector. Dr. John, 70, é uma figuraça que fez ao piano uma mistura original de blues, rock e jazz.
Amanhã, no Waldorf Astoria, em Nova York, esses artistas vão fazer duetos com convidados "secretos", sempre alguém que tenha sido influenciado por eles.
O prêmio registra performances fantásticas e 126 delas estão reunidas numa caixa com nove DVDs, "Rock and Roll Hall of Fame Live" (leia mais ao lado).
São duetos irresistíveis para fanáticos por rock, como Chuck Berry e Bruce Springsteen, Mick Jagger e Tina Turner ou R.E.M. e Eddie Vedder.
Há até uma "banda dos sonhos": Jimmy Page e Jeff Beck, dois ex-Yardbirds, tocam o maior hit da banda, "The Train Kept A-Rollin'", ao lado de Flea (Red Hot Chili Peppers), Joe Perry (Aerosmith), Ronnie Wood (Rolling Stones) e todo o Metallica.
Em 2011, mesmo sem rebeldia e bastante domesticado, o rock ainda rola.

Nenhum comentário: