domingo, 18 de maio de 2008

LA PILASTRA Hebdomadária
de LesPAUL Corvette
Porque Coluna Qualquer Um Tem - Menos os Invertebrados
Mái Bródër; Mái Sistär, uma explicação preliminar: La Pilastra do dia das Mães estava pronta, com homenagens a Ray Davies, divertido songwriter, bandleader, social critic, poet, and humorist que capitaneou o esquecido ‘The Kinks’ - voce está ouvindo - e, que mesmo dotado dessa pródiga personalidade, detestava a posição de front man. Tinha também Frederico Mercúrio, do Queen, abrindo os trabalhos com Bohemian Rhapsody – pra fazer chorar a nós órfãos... recentes ou não. Ouçam só a primeira parte... basta... Antes, dê um 'pause' na fita cassete aí ao lado...

Mama, just killed a man,

Put a gun against his head,
Pulled my trigger, now hes dead,
Mama, life had just begun,

But now Ive gone and thrown it all away

Mama ooo,
Didnt mean to make you cry
If Im not back again this time tomorrow
Carry on,carry on,
as if nothing really matters ...
...

So you think you can stone me and spit in my eye-
So you think you can love me and leave me to die





















1ªfoto: El Caminito - 1º maio 2008 – Buenos Aires Foto:LesPaul CORVETTE
2ªfoto: El Tigre ao sol - 13 maio 2008 – Buenos Aires Foto:Gaston Rodrigues

Porém, pouco antes de postá-la aqui no MAIS BARULHO, recebi a triste notícia de que Javier Trujillo Algaravia (rrabiér trurrilho algarabía) havia sido morto por uma bala perdida na noite de sexta-feira, 9 de maio, quando retornava ao seu pobre casebre em La Boca, exatamente em frente ao bar de onde tirei uma das fotos acima.

Deixou sua Celeste Algaravia, de quem fora companheiro nos últimos 60 anos, as notas pungentes de um bandoneon empoeirado e agora silencioso para todo o sempre e, também, um cão tão danado de seco que fora poupado pelas pulgas diante da tristeza que lhe assaltou à morte do dono. Javier era aquele homem com cara de Cantinflas, que de braços dados com sua Celeste cantava tristes tangos em plena calle Florida por míseros trocados (La primeira Pilastra de maio - mais abaixo nesta página). Era aquele homem que olhava os homens com dignidade e a Deus com súplica, parece que finalmente atendida.

Sexta-feira, 16 de maio: Celeste foi encontrada em seu eterno descanso, sentadinha no sofá roto de entrever as molas, vestia um velho vestidinho estampado de miúdas insignificâncias, aparentemente o melhor que tinha. O rosto estava voltado levemente para cima, olhando o céu azul profundo, amorfo, que vestia Buenos Aires de turqueza naquela sexta-feira. A equipe de bombeiros que atendeu ao chamado do senhorio - interessado em ocupar rapidamente o lugar com qualquer outro casal miserável - suspeitou de um ataque do coração, hipótese que é desafiada pelo sorriso calmo que lhe vincava discretamente o rosto enrugado de vovó; pelo batom vagabundo que lhe realçava os finos lábios róseos ansiosos pelo presentido reencontro com seu companheiro. Que coração, que nada! Tal sugestão também é descartada pelo mesmo olhar sereno que lhe flagrei admirando Javier a cantar com um sofrido fio de voz por moedas, por comida, por respeito, por Celeste, naquela noite de frio polar, sob a marquise de um prédio velho de Buenos Aires. Restavam-se, bastavam-se. Dignos, ignorados pela multidão apressada, iluminados por interminentes luzes coloridas... No canto alto à esquerda da primeira foto, se o leitor aproximar a imagem perceberá o vulto de Celeste, senil, espreitando a vida com seus cabelos branco-azulados e, logo abaixo, as marcas de bala na parede, ainda sem aquela, certeira, que calou Javier...

Na outra foto, a última visão de El Tigre dormindo fiel em El Caminito, próximo à última lembrança de seu velho dono: um monte de rugas estiradas na calçada, em agonia, suplicando-lhe a fidelidade canina de não abandonar a amada octagenária às escancaras mundanas. Logo após a morte de Cesleste o lazarento sumiu... dizem que o esquálido cão caiu na vida de esbórnia e devassidão, alcóol e drogas sintéticas, tais como salcichas, sardinhas enlatadas & other tinneds, restos de fast food, junk food, speed food. Rumou para agitada noite de Palermo Soho em busca do impossível ... Agora, me resta achar o cachorro... depois... o assassino... Cartas com pistas do malfeitor ou um de seus comparsas celerados para LesPAUL Corvette, na seção de comentários.

AND NOW, para afastar o baixo astral... the High and Old Rare selection, o mais portenho roquenrou- pra quebrar preconceitos - e algumas bluseiras latinas. Enjoy it, porque enjói iór séufe, palmitas de la mano, five against one... So and now...ODARA’s Song Successful SuperList Present to MAIS BARULHO BLOGSPOT:

Alambre Gonzalez - Alamblues

Claudia Puyo - Despiertate Nena

Pescado Rabioso - Despiértate nena

La Renga y Mollo - En Pie


Crimen - Gustavo Cerati y Ricardo Mollo

E para fechar, outro guitarrista interessante e já dando pista da inspiração da próxima e inusitada coleta de rockers around the world, saindo da Argentina e começando a percorrer a Velha Senhora nas próximas semanas. O italiano Dario Mollo (mesmo sobrenome do argentino acima que já tocou com monstros como Glenn Huges): Crossbones - Fallen Angel Live

Crossbones (Italy) Recorded Live in 1988. Swiss Open Air (Lamone - Lugano). Featuring: Dario Mollo (Guit) Don Airey (Keys) Giorgio Veronesi (Voc) Fulvio Gaslini (Bass/Voc) Ezio Secomandi (Drums)

4 comentários:

Unknown disse...

Eu sou Fender, mas Les Paul tá mandando ver!

Leonard Fender

Margranz disse...

É impressionante como aqui no Brasil se sabe pouco da produção musical dos países vizinhos, a lingua é um obstáculo maior do que devia. O Pescado Rabioso é uma grande banda, valeu a lembrança, Big LesPaul!!!

LesPaul disse...

MARGRANZ, o papo é que estou tentando ser um bom 'pescador'... nem um pouco rabioso ... muito pelo contrário.

Margranz disse...

Eu ainda acrescentaria: Serú Girán, Sui Generis, Sumo, Charly Garcia, Spinetta...